segunda-feira, 8 de março de 2010

Vencer no S.k.a.t.e

Quando comecei a andar de skate e me interessar mais pelo universo em torna dele, me recordo de ler nas revistas uma imensidão de matérias sobre campeonatos. Todos os artigos falavam sobre skatistas que eu admiro até hoje mas que não se davam bem em competições. Alem disso assistia os vídeos da 411 Europa e via os caras dando as manobras mais sinistras nas montagens e no final nem apareciam na lista de resultados, passei então a não valorizar tanto essa parada, o fato de Petrópolis não ter uma cultura voltada pra esse tipo de skate, essa vibe de não correr acabou se tornando ainda mais natural pra mim.
Hoje quando penso em skate, me vem na cabeça aquelas remadas largas no centro da cidade, você e seus amigos andando todo dia, tentando manobras juntos, aprendendo todo dia alguma coisa com alguém, dando risada, falando merda ou trocando uma ideia mais seria, sobre varias paradas, dentro ou fora do skate.
O skate pra mim hoje é uma cultura, uma religião, uma coisa que não pode ser medida, contada, estipulada ou classificada. Skate pra mim é a demonstração máxima da liberdade ainda existente na sociedade. Acho falho a ideia de campeonatos. Eu sei que ajuda quem ta começando, da um gás pra quem ganha quando a premiação é justa e ainda te faz querer evoluir dependendo das circunstâncias. Além disso é a porta de entrada do público leigo ao universo do skate. Na contra mão disso vejo uma nova geração que ta crescendo escutando o pai dizer que viu domingo de manha na Globo um menino de 14 anos que ganhou não sei quantos mil em um campeonato, que o fulano de tal deu um 900, que um outro cara tem uma mega rampa no quintal de casa. Pra quem vai andar todo dia as vezes até sem peça direito, a situação de correr um campeonato não passa 1000 km perto do que era pra ser, o que seria uma tarde com seus amigos se divertindo, rindo e compartilhando o skate com outras pessoas se torna uma tarde estressante cheia de divergências, uma verdadeira batalha de gladiadores, uma espécie de carnificina movimentada por um prêmio que muitas vezes você nem sabe ao certo o que vai ser, quando tem.
Eu continuo achando o skate a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, mas mantenho isso ainda graças aos meus amigos, andando com os caras, gritando quando um deles acerta uma manobra, compartilhando a felicidade real de estar em cima do skate todo dia e ainda me divertindo plenamente, lembrando de um momento engraçado e rindo sozinho que nem um babaca voltando pra casa.
Meu skate é isso...por diversão, por amor, por toda a vida.
Queria aproveitar essa postagem, pra agradecer aos organizadores do campeonato de Três Rios, por terem convidado a galera de Petrópolis pra prestigiar o evento. Por terem hospedado a galera em casa e também proporcionar mais uma tarde de skate real com meus amigos.
E peço desculpas também pelo choque cultural ocorrido neste fim de semana, cada lugar é um lugar, cada cidade tem a sua vibe a nossa não é essa.
Aproveito aqui pra dar parabéns ao Wercolis e ao Vitinho Puro-Osso que estavam mais inspirados ontem e fizeram a diferença, Skate Petrópolis vive e respira sem os aparelhos!
Paz a todos, ande de skate sempre, mas porque você gosta, vencedor você já é só de ter nascido.

3 comentários:

Anônimo disse...

Só sei que gostei de ter vibrado e ficado feliz quando um amigo acertava uma das nossasinúmeras manobras, em vez de ficar torcendo pra um desconhecido errar um "Impossible", um CasperFlip ou uma porra de um FingerFlip.

Thiago Gorgon disse...

O texto ta dizendo tudo, e pra min o final de semana foi maneiro pra caralho mais não pelo campeonato e sim pq tava andando com uma galera que leva o skate e anda da maneira que achu maneira, se divertindo .
E o resto como proprio nome diz é resto !

Eduardo Stuart disse...

Eu torci pros caras lá errarem casper flip sim. Torci mermo, taquei mó zica! Mesmo sabendo que não precisava, porque neguinho de Petrópolis tem switch kick no pé amigo!